Postagens

DESATIVADO

Este blog foi desativado. Parte do que escrevi aqui já não representa (exatamente) o que penso hoje, no entanto representa sim parte da minha história. E prefiro deixar assim, por enquanto. Além disso, o formato deste blog não me agrada. Espero encontrar um formato novo que me seja mais agradável e alinhado aos meus novos projetos. Graça.

Entre o ambiente cristão e o ambiente político

Imagem
Cresci num ambiente cristão, numa época em que não se vivia, no meu contexto, essa radical distinção entre direita e esquerda. Longas e maravilhosas amizades foram construídas nesse ambiente. Mas infelizmente senti o afastamento delas (não estou dizendo quem teve iniciativa), em função das eleições ou sobre as eleições. Para muitos, eu estaria "defendendo a esquerda", e traindo a "raiz cristã da direita". Minha vida sempre foi marcada de grandes más interpretações. E o diviso r de água nisso está entre conviver de perto e ver de longe. Quem me conhecia de perto, de um tempo mais atuante na igreja, sabe bem disso. Sabe o que passei. E apesar de tudo, o que foi superado, sem traumas, diferente de outros. E quem me "conhece" familiarmente hoje, saberá filtrar as coisas, assim espero. Infelizmente a visão virtual cria uma falsa ideia de convivência. Pontuamos um assunto aqui e outro ali, muitas vezes, sem qualquer qualificação (profundo compromisso),

Ódio por Amor

Imagem
Testemunho constantemente o  ódio , por causa de diferenças, de ambos os lados. O ódio por um, com superfície de justiça e amor, por outros. A superfície está no paradoxo da mesma pessoa ser amada e odiada, por ser um instrumento de justiça e injustiça, em e para muitos. Nas eleições, isso ecoa mais forte. Por que uma cultura do ódio? É assim mais fácil se afastar (da impureza oculta) do outro? Isso purifica a mente (valores) ou a alma (caráter) do outro? Ou intensifica mais a distância (a segregação)? E se "o outro" é (em parte) você?

Um resumo da minha vida política

Imagem
Posso dizer que este texto de Adrualdo Catão, que recebi via WhatsUp, resume bem minha vida política, de Lula a Marina, e recentemente em Ciro, com ressalvas. Quem quiser me entender, está aqui uma boa fonte. "De onde surgiu o Bolsonaro?  Desculpem os amigos, mas não é de um "machismo", de uma "homofobia" ou de um "racismo" do brasileiro. A imensa maioria dos eleitores do candidato do PSL não é machista, racista, homofóbica nem defende a tortura. A maioria deles nem mesmo é bolsonarista.  O Bolsonaro surgiu daqui mesmo, do campo das esquerdas. Surgiu da nossa incapacidade de fazer a necessária autocrítica. Surgiu da recusa em conversar com o outro lado. Surgiu da insistência na ação estratégica em detrimento da ação comunicativa, o que nos levou a demonizar, sem tentar compreender, os que pensam e sentem de modo diferente.  É, inclusive, o que estamos fazendo agora. O meu Facebook e o meu WhatsApp estão cheios de ataques aos "

"Back to formula" na atividade acadêmica e na atividade política

Imagem
Quero (tentar) brevemente falar sobre uma situação não-agradável, por requerer um esforço não-planejado, mas extremamente necessário, que está muito presente na vida de estudantes, (que acreditam!) que exercem sua pesquisa adequadamente, bem como de cidadãos (que acreditam!) que exercem sua atividade política adequadamente, especialmente nas redes sociais. Uma metáfora para essa situação é uma cena do primeiro filme do Homem Aranha, em que Norman Osborn questiona (e mata) o seu colega de trabalho científico, por dito que o projeto precisava voltar à fórmula ("back to formula"). Isso o irritou profundamente, porque foi dito diante dos clientes do projeto. Há outros pontos em jogo. Osborn dedicou sua carreira e vida pessoal a esse projeto. Sua imagem de sucesso profissional estava em jogo com esse projeto. O caráter científico foi (já estava) engolido pela agenda social. Isso diz muito do que Thomas Kuhn "denuncia" nas revoluções (ditas) científicas. Meu ponto

A lógica de ser pai

Imagem
A lógica nem sempre obedece uma lógica, assim como o pai nem sempre é pai. Pensando a essência da lógica, bem distinta de como é vista comumente na atualidade, acabei pensando a essência da minha própria paternidade, já que agora vou ser (!) pai de mais um menino. O primeiro contato geralmente com a lógica se dá por alguma estrutura formal. Aprende-se, então, a validar alguns argumentos, após formalizá-los em alguma inferência formal. Com o tempo, operadores formais se tornam (!) leis do pensamento, do modo como ocorria entre modernos e medievais. Isto é, aquilo nos faz pensar de determinada forma, ou mesmo o que nos caracteriza como racional, é lógico. Nesse sentido, somos racionais porque pensamos logicamente. Mas desde o início do século XX, por causa de certas provas formais, surgiram várias lógicas (o pluralismo lógico). Ganhou força o pragmatismo, em suas variadas formas, que não apenas passou a questionar a noção de verdade como fundamental na lógica (formal), como

Um leve ajuste na tradução de João 15:15

Imagem
"Já vos não chamarei servos [δούλους], porque o servo [δοῦλος] não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer [ἐγνώρισα]." (João 15:15, ACF). Quero chamar a atenção para "servo" e "conhecer". 1. O substantivo (transliterado sem acento) doulos (δοῦλος), em versões mais antigas, era traduzido por “escravo”, mas muitos tradutores passaram a optar por “servo”. A razão da adoção por “servo” é evitar alguma conotação negativa de injustiça, como uma espécie de submissão violenta e forçada, como coloca Hendriksen (2011, p. 52). 2. Ao usar doulos, Jesus provavelmente estava fazendo uso do seu sentido de instrumento, não de “explorado” (injustamente). Quase 300 antes, na Ética de Aristóteles (1161b1-8), havia esse entendimento: “o escravo [doulos] é uma ferramenta viva tal como uma ferramenta é um escravo [doulos] sem vida. (...) Portanto, não pode haver amizade com um escrav