Apontamentos de Atos da Bíblia

Atos 1
  • Não importa conhecer todas as coisas - Os judeus tinham a expectativa da restauração de Israel (v.6) e perguntaram a Jesus se já seria a época, mas ele respondeu que não competia ao homem conhecer quando as coisas iriam acontecer (v. 7), pois estava reservado tal conhecimento apenas a Deus. Contudo ele respondeu que o mais importante para os homens seria serem testemunhas dele até os confins da terra (v.8).
  • Corpo celestial de Jesus - Jesus após ressurreição se apresenta num corpo semelhante às pessoas vivas (v. 3), não como um "espírito", pois podia comer naturalmente com os outros (v. 4), contudo sem limitações com a gravidade (v. 9).
  • Irmãos familiares de Jesus - uma referência a irmãos familiares e não apenas de fé (v. 14), contudo o texto não diz se são irmãos de sangue ou de outro casamento de José. Qual seria o impacto (para a obra de Jesus, para a pessoa de Maria, para a época) se fossem irmãos de sangue?
  • Escolha do apóstolo Matias - a escolha de um novo líder para substituir Judas, o traidor, seguiu os seguintes eventos: iniciativa (v. 16) -> motivação (v. 25) -> necessidade (v. 21) -> critérios (v. 21,22) -> proposta (v. 23) -> "os lançaram em sorte" (v.26) -> oração (v. 24) -> votação (v. 26).
  1. A oração entra como a fé depositada em Deus de que as pessoas farão a melhor escolha.
  2. A escolha não foi feita pelos apóstolos (líderes) nem por uma revelação durante a oração, mas pela comunidade!
  3. Lançar em sorte é colocar uma incerteza (quem será o substituto de Judas?) em votação.
Atos 2
  • Dom de línguas - capacidade adquirida sem aprendizado (dom), de ouvir variedade de línguas estrangeiras (v.9, 10) traduzidas sem intérprete na sua própria língua materna (v.6). É como se tivesse um aparelho no ouvido de cada um, fazendo uma tradução automática do outro.
  • Responsáveis da crucificação de Jesus - realizada pelos israelitas (v. 23, 36) mas por "determinado desígnio e presciência de Deus". A responsabilidade moral recai sobre o s israelitas: "por mão de iníquos". A responsabilidade soberana pelos eventos é de Deus: "Deus ressuscitou"; "Deus o fez Senhor e Cristo". A quem Deus presta contas? A quem os homens prestam contas?
  • A esperança pós-morte - a grande alegria de Davi era sua esperança no Messias porque "não deixaria a minha alma na morte". O que permite a alma, o espírito, a atividade da pessoa continuar após a morte?
  1. O poder (capacidade) de não ser retido pelos "grilhões da morte" (cessar da vida ou de atividade) está em Deus (v. 27, 29).
  2. Deus não permitiu a vida de Jesus acabar na morte e nem "seu corpo experimentar corrupção" (v. 31). Esta corrupção aqui talvez uma alusão a não ter deixado o corpo crucificado ter ficado sepultado como o de Davi, por tanto tempo.
  3. O Messias é Jesus (v. 31), simbolicamente na "direita de Deus" (v. 34, 36), feito Senhor e Cristo.
  4. A vida pós-morte (imortalidade) não depende de um evento impessoal, inevitável ou natural, mas da vontadce de um Ser Pessoal.
  • Simpatia do povo - A assistência mútua, a caridade, a espiritualidade e a alegria era de tal forma na comunidade cristã que gerava uma simpatia no povo ao redor (v. 47)
Atos 3
  • "Em nome de Jesus" - tais palavras foram pronunciadas na cura de um coxo (v. 6).
  1. Não são palavras mágicas, como se precisasse pronunciá-los para obter cura (v. 16). Referência
  2. Não foi por um poder dos apóstolos (v. 12), como um poder da mente.
  3. Não foi por uma vontade dos apóstolos (v. 12). Como se estivessem determinando alguma coisa e Deus fosse "obrigado" a cumprir.
  4. Foi pela fé: em e vinda de Jesus. É a confiança depositada em Jesus de que Ele fará a cura (poder), se quiser (piedade). Portanto, os apóstolos colocaram nas mãos de Jesus a decisão de curá-lo.
  • Responsáveis da crucificação de Jesus - Novamente (Atos 2) é enfatizado que Deus era o responsável soberano pelos eventos (v. 18), contudo não tirou a culpa (responsabilidade moral) daqueles que entregaram Jesus para morrer na cruz (v. 17, 19).
  1. Os eventos não foram "controlados" pelo acaso, pois Deus havia inclusive anunciado pelos profetas anteriormente que "Cristo havia de padecer" (v. 18) e ser ressuscitado (v. 26). E na verdade todos esses eventos foram profetizados (v. 24).
  2. Os eventos também não foram controlados pelos homens, pois nem sequer tinham conhecimento da dimensão do que estava acontecendo ("ignorância").
Atos 4
  • Único Salvador - afirmação de que o único Salvador é Jesus (v. 12)
  • Convicção para evangelizar - mesmo sob ameaças de prisão (v.17), os apóstolos tinham tanta convicção, com base no que viram e ouviram, que não conseguiram deixar de pregar.
  1. Viram a cura de um coxo de mais de 40 anos (v. 22) e a manifestação do dom de línguas (Atos 1.6).
  2. Aprenderam que o Senhor é o Criador de todas as coisas (v. 24) e que tudo que fizeram contra Jesus (v. 27) foi predeterminado por Deus (v. 28) e profetizado antes (v. 25).
  • Intrepidez para evangelizar - a intrepidez para pregar o evangelho nasceu a partir de alguns eventos: Entendimento -> Motivação -> Oração -> "cheio do Espírito Santo" -> intrepidez (-> unidade -> caridade).
  1. Entendimento -> entederam a soberania de Deus, que Ele era o responsável soberano pelos eventos da crucificação (v. 28), inclusive quando as autoridades romanas, gentios e judeus se juntaram contra Jesus (v. 27). E também controlava as curas, sinais e prodígios por meio de Jesus (v. 30).
  2. Motivação -> o entendimento da soberania impulsiona a necessidade de intrepidez.
  3. Oração -> pedem a Deus para terem intrepidez para pregar (v. 31)
  4. Intrepidez -> Não pediram para ficar "cheios do Espírito Santo"! Aconteceu e tiveram intrepidez (e não faz uma relação causal entre estes).
  5. Unidade e caridade -> Evangelismo com intrepidez, (e) "cheios do Espírito Santo", gerou uma comunidade com unidade para a caridade (v. 32).

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