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Mostrando postagens de 2017

Seja Feliz no Ano Novo, com novas repetir-ações verdadeiras

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Para minha retrospectiva de 2017, gostaria de escolher a palavra "preparação", melhor na forma "pré-para-ação", como ponto principal desta breve reflexão, e do que muito me marcou este ano. Sou fã (da ética) de Aristóteles, especialmente no modo como aplica o conceito de moderação para construir o modelo de pessoa prudente, que é virtuosamente feliz, e habilmente política na comunidade. Há muito a falar sobre isso, mas quero me concentrar em algo implícito na ideia de moderação. Antes de falar do que está implícito, essa ideia infelizmente foi lida por filósofos medievais bem conhecidos, como um ponto fixo mediano, algo (quantitativo) que nem é muito nem pouco. Isso é algo que também herdamos. Às vezes essa ideia se expressa com um dizer como "prefiro me manter numa situação mais ou menos confortável" - é a famosa zona de conforto. A expressão "mais ou menos" aqui é dissimulada: quer passar (na fala) algo bom, sem se preocupar se há (na p

O ponto holístico da geometria

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Enquanto revisando algumas ferramentas matemáticas, para o estudo da teoria da recursão, pelo livro "Languages and Machines" (1996, p. 20, 21) de Thomas A. Sudkamp, ao me deparar com a definição recursiva, percebi bem mais claramente a abordagem da análise uso-significado de Robert Brandom, na qual uma relação semântica interposta pragmaticamente (um metavocabulário pragmático) é uma aplicação da definição recursiva. Baseado em Sudkamp, uma definição recursiva especifica (!) um método para construir os elementos de um conjunto, pelo uso de dois componentes: a base e um conjunto de operações. Assim, por exemplo, para construir o conjunto dos números naturais (N), basta "ter" a base zero e a operação sucessor. Desse modo, N = {0, s(0), s(s(0)), ...}, que abreviado fica N = {0, 1, 2, ...}. O primeiro componente (a base), da definição recursiva, em Brandom, é um metavocabulário pragmático (V'), e o outro componente é o conjunto de práticas ou habilidade

A fé é a escada para "revoluir"

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Esta breve reflexão é para quem é estudante de alguma ciência, exata ou humana, de filosofia, ou melhor, estudante da vida. A fé é uma escada de trans-form-ação para o bem. Ou melhor, a fé é um instrumento, cujo uso é uma ação que modifica a forma atual de quem a usa, para uma nova forma, capaz de exercer o bem. Dito isso, sobre o papel da fé, muitas vezes a perdemos de vista, em função de outras coisas, como a profissão de fé ("nisto ou naquilo") ou a natureza do objeto da fé ("no que não vemos"). Perder de vista esse papel é se perder no caminho, e perder muitas possibilidades de "revoluir", pois quanto melhor a escada, melhor a revolução para o bem maior. A fé, na verdade, é uma espécie de um gênero também presente, em outras áreas do mesmo mundo do conhecimento humano, como por exemplo na filosofia e na ciência. A diferença, que adoto, é que a primeira luta por ou contra um mundo, geralmente perverso, tentando transformá-lo pelo bem. Desse

O paraíso e o inferno é bem menos e bem mais

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Acredito que o paraíso e o inferno é bem menos do que muitos cristãos dizem ser, mas bem mais do que muitos não-cristãos imaginam. Vez ou outra aparece uma postagem aqui pelas redes criticando os cristãos como se agissem pensando em evitar o inferno para conseguir entrar no paraíso. Eu não duvido que muitos cristãos mal agem assim! Por outro lado, isso não é um problema exclusivo do cristianismo. Imagina chegar para Sócrates e dizer: "Sócrates, ó grande filósofo da moral, só estás agindo assim, porque pensas que tua alma vai para um lugar melhor". É como pensar que todo profissional, depois de tantos anos de concursos e estudos, pense que o cargo público seja o ponto final de chegada. Um mesmo teste ao cristão vale tanto quanto a um profissional qualquer. Se uma pessoa se vê no tão sonhado cargo público ou no paraíso, fazendo o bom trabalho que já faz hoje, tendo a virtude, cristã ou profissional, como fim em sua vida, o paraíso (do cargo público) é uma conse

"Isto é um rei de xadrez"

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Qual o significado de um pedaço de madeira? Você pode dizer muitas coisas sobre tal pedaço. Mas quando, por exemplo, torna-se um rei de xadrez, ou melhor, diz "isto é um rei de xadrez", ao estar submetido a certas regras do xadrez, você já não deve (!) conseguir mover um pedaço de alguma coisa, mas somente o rei do xadrez. Assim você não fala sobre o que há, para dar sentido a algo, mas antes, de um modo diferente de falar, de um modo normativo (!), você fala sobre o significado de algo enquanto consequência de estar sujeito a uma coleção de regras (!). Isso é a grosso modo a visão pragmática normativa na filosofia analítica, desenvolvida por Robert Bob Brandom , que tanto cito por aqui, nas redes sociais.

Ouvir mais e falar menos

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Muitas coisas me ensinaram a falar menos e ouvir mais. De certo modo, foi a Filosofia Analítica, especialmente a que iniciou a abordagem pragmática, em que Wittgenstein enuncia a tarefa primordial da filosofia: remover os enganos dos modos de falar. De outro modo, uns anos atrás, havia aprendido isso de Rubens Alves, com a Literatura: ouvir para falar e não falar para ouvir. Na Ética, com Aristóteles, aprendi muito com a noção de prudência, ao deliberar sobre qualquer coisa para agir bem e não meramente agir. No Cristianismo, em que a moderação é boa em tudo (Eclesiastes e Timóteo). Em um sentido geral, há uma lição aí, que recai sob situações bem próximas, práticas e concretas. Não precisa ir longe e teorizar algo absoluto ou universal. É o caso, por exemplo, quando numa roda de conversas, levantamos algum problema, e rapidamente (!) nos encantamos com a ideia de que opiniões, ali levantadas, são boas ou produtivas, ou que ajudam de alguma forma, porque algo é melhor do q

Quando deixamos de conversar bem pelo encanto da boa conversa

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Às vezes deixamos de avançar, num encontro, reunião ou conversa, em um assunto importante, seja no trabalho, em casa ou entre amigos, por causa da indisposição natural a ruídos naturais numa comunicação. Implicitamente estabelecemos uma modelo (perfeição) de comunicação a seguir, mas rapidamente nos encantamos com tal modelo (!), como se fosse próprio de nossas ações, sem possibilidade de ruídos. E isso se manifesta quando desistimos de continuar a discussão do assunto por causa dos ruídos e não da clareza do assunto. Há, por exemplo, os que, preocupados com uma boa condução da discussão, acabam olhando mais para a forma da comunicação do que para o que está acontecendo. Assim uns entendem que a discussão só vai para algum lugar, se em cada momento, todos falassem de uma determinada forma, que acreditasse ser adequada. Para uns adequado é falar com um volume suave ou constante. Nesse caso, não pode haver aquele levantar da voz repentino ou variado. Mudança no volume da voz é ref

Rivalidades culturais que anulam qualquer lógica

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Não é nova a ideia de projetos culturais em rivalidade. Assim na antiguidade tardia eram os judeus contra os gregos, os gregos contra os bárbaros, os cristãos contra os judeus e os gregos, os romanos contra os cristãos etc. No Brasil na atualidade não é diferente. Aqui o pano de fundo dessa rivalidade é a política ou a politicagem, na rivalidade entre dois grupos, nomeadamente "esquerda" e "direita". O ponto não é o que de fato esses grupos representam, se realmente representam alguma coisa consistente, porém como reivindicações, afirmações, crenças ou declarações são inaplicáveis, mesmo com toda força e rigor lógicos, a um grupo, sem o reconhecimento social do mesmo. E um reconhecimento social não tem um padrão lógico. Nesse sentido, é arbitrário, contingente à própria dinâmica ou história dos membros de um grupo. Se, por exemplo, um grupo reconhece uma ação ou projeto políticos como parte de seu projeto cultural, tudo o que for dito contra coisas políticas, s

Passei na seleção do Mestrado em Filosofia da UFPB! (Em primeiro lugar!) o/

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Passei na seleção para entrar no Mestrado em Filosofia da UFPB! E aqui está o link do resultado parcial do projeto: http://www.cchla.ufpb.br/ppgf/2017/06/resultado-da-etapa-de-analise-e-defesa-dos-projetos-de-pesquisa/ Com esse resultado parcial (10), da última etapa eliminatória, somado ao da prova escrita (9,8), estou oficialmente no mestrado, com 9,9 pontos, em primeiro lugar! Aqui o link: http://www.cchla.ufpb.br/ppgf/2017/06/resultado-final-do-processo-de-selecao/ Há 3 anos tomei a decisão de voltar para uma nova graduação, pensando numa formação filosófica, que pudesse fortalecer minha (futura?) formação teológica. Havia a possibilidade de tentar direto o mestrado, apenas pelo título mesmo, porém... Aqui está o link da postagem quando passei na graduação: http://aislanfp.blogspot.com.br/2015/02/passei-em-bacharelado-em-filosofia-na.html Depois de 4 meses de graduação, já estava maravilhado com tantas coisas, com o universo de assuntos, com alguns professores

A angústia de tantas opiniões embriagadas de estupidez

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Gostaria de levantar uma angústia comum, na razão pela qual não há um debate (um jogo cooperativo), mas um embate (uma competição selvagem), no interior de vários assuntos desconexos. Entre os assuntos, estão os seguintes conflitos exemplificativos: se a evolução é apenas uma teoria, e se libera o aborto. Na verdade, acredito que esses exemplos podem ser tomados como paradigmáticos, para outros, como "se tal político ou partido é melhor para o Brasil", "se tal intepretação da Bíblia é correta", "se libera a maconha" etc. Talvez assim, com alguma explicação com sentido, consiga acalmar melhor meu espírito e direcionar melhor minhas atitudes, diante de situações acompanhadas dessa angústia. E agora apresento o primeiro assunto, a partir de uma recente declaração de Richard Dawkins (em uma página do www.telegraph.co.uk), que passou a dizer "o Fato da Evolução" em vez de "Teoria da Evolução", para não influenciar as pessoas com a i

Confrontar cristão é um dizer de amor santo?

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Este é um comentário à postagem, intitulada "Confrontar é falta de amor?", de Augustus Nicodemus Lopes,  do qual tenho grande admiração. Parece que o problema em "tomar um posicionamento firme" reside no dizer uma verdade ou justiça em "questões éticas, doutrinárias e práticas", como se "palavras ou frases que poderiam ter sido ditas ou escritas de uma outra forma", com sabedoria, fossem acessórias a proferimentos desse tipo. No entanto, acredito exatamente no inverso disso, de que o problema (maior), em que vivemos, não é o simples dizer. Esse dizer, na verdade, é uma declaração subordinada a uma ação de proferimento como um todo, no qual o amor pretendido depende de certas condições em que proferimentos de confrontação desse tipo são realizados. É como cobrar por um contrato em nome de outra pessoa sem uma procuração. Alguém aqui pode pensar que Jesus deu a procuração a todo cristão para falar a verdade, mas a metáfora é que o cont

Antes de uma reforma política, uma reforma ética em um ponto

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Em geral vivemos muitas fantasias éticas, que acredito estarem no núcleo dos problemas de corrupção de uma sociedade, como a nossa. Um pobre que conheceu a injustiça de um trabalhador, vivendo um longo tempo a combater tal coisa, desenvolveu uma virtude para essa situação. E todos passaram a confiar nele por causa dessa virtude, inclusive o pobre espírito que encarou seu conhecimento daquela realidade como sendo virtude. A fama e a fé o levou aos grandes centros urbanos, onde a politicagem reinava sob a corrupção. Novas situações, mas a fé de que sua virtude de empatia daquela situação seria de alguma maneira transformada em novas virtudes de deliberação moderada e honestidade permanecia. Passado um tempo, escândalos e decepções, por parte de toda sociedade. Todos estão correndo atrás de soluções nas estruturas corrompidas de poder. Novas estruturas de poder sem novas estruturas éticas? Fantasias e fantasias, se não houver uma reforma ética na maneira como enxergamo

Quando o (des)afeto no todo nos cega quanto ao caráter de uma de suas partes

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Muitas discussões são infrutíferas porque não levamos em conta certas relações entre as coisas. Vejamos o exemplo de um projeto de lei no Congresso. Você pode reconhecer o caráter benéfico de alguns pontos do projeto. Mas isso não implica o mesmo reconhecimento para o restante do projeto. Muito menos o mesmo para um governo que deu um golpe à la parlamentar em sua velha companheira. "São coisas bem diferentes!" é outra maneira de dizer que inferir que por reconhecer partes boas num projeto é no fim reconhecer um bom governo é uma má inferência. Mas as pessoas discutem, e até se odeiam, como se essa inferência fosse legítima. Colocada nesses termos, racionalmente não é. Porém tem uma força aí que nos faz ainda sustentar e brigar segundo essa má inferência. Parece que (psicologicamente) o desafeto a qualquer coisa "maior" que "abarca" algo "menor" nos faz rejeitar mais facilmente tudo que é "menor" e "abarcado&quo

Eu sou meu corpo. E ainda assim creio.

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Uma analogia tão simples e tão poderosa, uma revolução em minha convicção de mundo e vida, especialmente numa incipiente visão materialista! A semente só morre quando a terra se encontra em uma condição em que uma nova planta nasce. Dois organismos e um mesmo ser. A planta não é a semente. Não apresentam o mesmo organismo (funcionalidade e composição corporal). Onde está a nossa planta, mesmo não acreditando em alma ou espírito, como algo imaterial ou divino? (Linguagens secundárias, como diz Rorty, que não diminuem o valor ético e moral da corporificação viva do mundo.) Para Aristóteles não fazia sentido uma alma imortal em um corpo mortal. Tudo era corpo. Eu sou meu corpo. E ainda assim creio, como o apóstolo Paulo, que escandalizou a tantos com esta analogia. A ressurreição é uma metatransformação de nosso ser. A morte é apenas a semente adormecida na terra, aguardando... Há muito a dizer e descobrir, essencialmente na linguagem, antes mesmo do mundo. Talvez

Verbos para suavizar dilemas interrelacionais: "respeitar" e "tolerar"

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Particularmente identifico um uso próximo e sutilmente distinto entre "respeitar" e "tolerar". O primeiro enfatiza uma boa relação com uma parte de algo, mesmo havendo uma má relação com uma ou outra parte. O segundo, por sua vez, enfatiza a má relação, mesmo havendo boa relação em uma ou outras partes. Concordância, prazer, bem estar, ter semelhança ou ser a favor são exemplos de boa relação. Esses verbos, assim, servem para suavizar dilemas, no relacionamento entre pessoas. Um exemplo, é quando alguém é contra a causa de uma manifestação, mas a favor de alguém se manifestar pelo que acredita. Dependendo da situação, do que se quer enfatizar, pode-se "ter respeito por" ou "ter tolerância a". Dessa forma, quando alguém diz respeitar o outro é preciso estar atento a se está falando apenas de aceitação ou não. No meu universo de vivência isso é mais dúbio do que o tolerar. Falar em tolerância me parece mais claro ou próximo a suportar

Uma primeira leitura do Projeto de Lei (PL) 6787/2016 (Reforma Trabalhista)

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Fiz uma leitura do Projeto de Lei (PL) 6787/2016, não apreciada ainda por uma comissão, sem considerar as Emendas (5 páginas), mas focada em pontos próximos a minha realidade. Depois fiz uma leitura do Projeto considerando as Emendas, decretado pela Câmara dos Deputados (55 páginas). A famigerada Reforma Trabalhista é bem odiada por uns e amada por outros. Sim! Há tais posições limites na minha roda de amigos, logo há quem não se identifique com tais limites. Há quem enxergue pontos que podem ser positivos, mesmo desconhecendo outros pontos, que possam ser ruins. Esse é o meu caso, com ressalvas. E essa leitura não se coloca como palavra final, como uma certeza, principalmente vindo de um leigo em Direito. (Sobre a importância das dúvidas, diante daquilo que precisamos deliberar, recomendo a reflexão deste link: http://aislanfp.blogspot.com.br/2017/04/as-duvidas-nos-aproximam-nao-as-certezas.html ) Antes de apresentar a leitura, um parênteses, no qual apresento minhas

As dúvidas nos aproximam, não as certezas

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Acredito que as dúvidas nos aproximam, não as certezas. Tenho dificuldades em me aproximar, para dialogar pelo menos, dos que estão certos sobre meus sentimentos ou sobre minha condição, quando em discordância dessa certeza. Ora, estão certos! Assim, se me aproximo, em discordância, diante dessa certeza, sinto-me como aceitando minha condição inferior de ser corrigido do erro, que um ser racional não deveria ter. Nesse sentido, tenho dúvidas da responsabilidade dessas certezas. Ou estão transferindo suas certezas para outros mais afetuosos ou mais poderosos ou mais amados? Até hoje, e mais fortemente em séculos recentes, entre XVII e XIX, especialmente no campo filosófico, o "raciocínio more geometrico era o modelo proposto aos filósofos desejosos de construir um sistema de pensamento que pudesse alcançar a dignidade de uma ciência. De fato, uma ciência racional não pode contentar-se com opiniões mais ou menos verossímeis, mas elabora um sistema de proposições necessá

"Como a América emergiu de um país rústico para se tornar uma das maiores nações que o mundo já conheceu?"

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"Como a América emergiu de um país rústico para se tornar uma das maiores nações que o mundo já conheceu?". Essa é a pergunta de Neil deGrasse Tyson, respondida pelo mesmo, neste vídeo. A mensagem básica do vídeo é: "esta política está atrapalhando o avanço científico porque não reconhece estas teorias científicas". Uma recepção mais ou menos comum dessa mensagem é este comentário no link do vídeo: "Não se exige de ninguém que "acredite" na Teoria (...). Em CIÊNCIA não existe espaço para a crença. Em CIÊNCIA a pessoa inteligente aceita as evidências que corroboram as hipóteses. Podes até ficar horrorizado com as consequências da Teoria (...), mas não é possível fechar os olhos para as TONELADAS de evidências". Esse discurso é um jogo, em que o adversário é colocado contra o Bem, que se chama Racional ou Científico, por conseguinte quem é contra é do Mal, que se chama Erro, Irracional ou Anticientífico. E aqui há pelo menos um triplo prob

O jogo do dilema insuperável entre ser um especialista ou um generalista

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Há na mentalidade de muitos o dilema insuperável entre ser um especialista ou um generalista, como se não pudesse ser ao mesmo tempo um especialista e um generalista, ou não pudesse se tornar um bom cientista se fosse um bom filósofo da ciência.  Esse dilema na área de TI, assim como em várias profissões, é bem conhecido: ser especialista ou ser generalista. Há quem coloque que o problema aqui é enxergar isso como uma oposição entre o bem e o mal. Contudo esse é um limite ou extremo do dilema. Acredito que a melhor analogia para esse aparente dilema insuperável é o dilema entre ser honesto ou ser corajoso, colocado pela concorrência de duas comunidades, em que uma você alcança mais (direitos, sucesso etc) pela coragem, e na outra pela honestidade. Ambas são virtudes, e saber do que se trata coragem ou honestidade não te fará repectivamente corajoso ou honesto. É preciso, então, um investimento prático, uma prática habitual ou uma imersão numa comunidade. E como a vida é cur

"Qual o método científico desta teologia?"

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"Qual o método científico desta teologia?". Essa deveria ser a primeira pergunta a ser respondida em toda teologia. A primeira razão estaria voltada a ser transparente com o leitor ou com quem quer convencer de sua argumentação, das regras do jogo teológico. E em cima dessa razão, farei uma breve reflexão, ou melhor, agruparei alguns insights a respeito desse problema, logo muita explicação e referência, que seriam necessárias, vão ficar de fora. Assumindo que demonstração é uma argumentação no limite da simplicidade, ao ponto de não haver ambiguidade, entre os próprios termos utilizados, uma das coisas que diminuem a simplicidade é a linguagem ordinária, pois muitas vezes é necessário utilizar passos adicionais para ter segurança no que se está dizendo. Não é sem motivo o surgimento de linguagens artificiais para facilitar o entendimento e tornar a explicação o menos ambígua possível. Vivemos a herança de uma história conturbada na formação da noção de método c