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Mostrando postagens de agosto, 2012

O caminho de fraqueza e gratidão para perdoar

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Esta postagem é para os que estão com dificuldade de perdoar. Por muito tempo, cerca de 3 anos, experimentei um ódio muito grande por uma pessoa, de tal forma a desejar o seu fim. E o perdão só se tornou real, quando deixei apenas de ouvir a respeito dessa virtude e me tornei objeto dela. É fácil perceber quando o aprendizado é mais efetivo quando não ocorre só pela audição. Exemplo disso ocorre quando um motorista está acostumado a furar fila no trânsito porque ninguém lhe oferece a gentileza de entrar em sua frente. No entanto, quando começa a experimentar essa boa vontade dos outros, rapidamente é confrontado a fazer o mesmo, pois é comum no trânsito passar por tais situações. Certamente uma coisa é aprender a ser mais gentil por causa de conselhos ou cobranças, e outra, por ter experimentado gentileza. "Se a virtude pode ser ensinada, como creio, é mais pelo exemplo do que pelos livros" - André Comte-Sponville. Assim é o complicado caminho do per

Adoção tardia

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Recentemente num treinamento de um projeto para crianças e adolescentes em casas de acolhimento, a instrutora falou sobre adoção tardia, e durante a discussão do grupo, uma das participantes mostrou estranheza e o seguinte questionamento: “Como adotar alguém com 12 anos? É muito tempo. Não dá para educar, como se educa uma criança desde o nascimento; passar nossos valores ou jeitos; ser como a gente. É muito complicado e requer muita coragem. Eu não sei se faria tal coisa.”. Hoje na escola de Gabriel (Colégio Exato), estava acontecendo a comemoração do Dia dos Pais. Foi muito legal: brindes, brincadeiras na salinha dele, prêmios, vôlei e futebol entre os pais, com direito a gol mais bonito. No entanto, uma dinâmica me chamou a atenção: a professora perguntou o que era ser pai. Ha hora apenas me veio isto: ser pai é enxertar um novo órgão em seu corpo e viver em função dele, assim como ser marido, padrinho etc. Pois é dessa forma que vejo Gabriel em minha vida: como mais um cor

Recuperando a esperança durante o luto - III

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A dor física é uma resposta do corpo para algo errado nele, como se faltasse algo no seu funcionamento normal. Assim é a dor emocional quando perdemos alguém que amamos: sentimos sua falta na relação afetiva que existia. As pessoas que apresentam a dor do membro fantasma  sabem que não possuem mais esse membro e mesmo assim sentem dores horríveis. Por isso, é preciso sensibilidade ou humanidade para os que estão de luto, quando querem diminuir suas dores com explicações das coisas, da vida, de Deus ou de um mundo espiritual, porque a causa da dor não é falta de (re)conhecimento, mas daquele membro afetivo. Por outro lado, é preciso sabedoria para (auxiliar a) recomeçar a vida, com novos relacionamentos afetivos, sem a pretensão de substituir nenhum outro, de modo a restabelecer a força e normalidade do funcionamento emocional ou humano da pessoa. Como diz   José Carlos Bermejo :  "Na realidade, não se deve esquecer a pessoa amada, nem a manter no mesmo lugar vi

A simplicidade da expressão “graças a Deus"

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 Às vezes, coisas simples se tornam complexas, e pior, desnecessariamente. Esse é o caso da expressão "graças a Deus". Dependendo do contexto em que ela é dita, pode refletir desconforto, figura de linguagem ou fé, no entanto sem uma distinção clara de qual está sendo usada numa comunicação, além da falta de imaturidade nesse último caso. Por isso, para muitos, acaba se tornando complicado simplesmente dizer: “graças a Deus”. A diferença entre simplicidade e complexidade é uma questão de perspectiva, de visão, de distância. É como olhar, de longe, o chão de uma rua da Patagonia e concluir que são pedras brancas, quando, na verdade, olhando de perto, são conchas. E se olhar uma concha dessas mais de perto ainda? Por isso, como dito em outro post , a simplicidade "é o contrário da duplicidade, da complexidade, da pretensão", mas não simploriedade ou falta de inteligência. Aliás, inteligência não é congestionamento, complicação ou esnobismo, mas