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Mostrando postagens de maio, 2016

Qual a causa humana da "cultura do estupro" ou que é realmente a cultura do estupro

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Eis aí uma boa referência para começarmos a perceber alguns problemas, por conseguinte possíveis soluções. Sim! Ao final, talvez uma luz. E se reclama, porque é um "textão", só lamento porque isso só reforça o quanto medíocres somos. Há quem entenda tal "cultura do estupro" entre estas opções (não necessariamente excludentes): 1. O estupro é um fenômeno culturalmente masculino, porque consequência do machismo; 2. O estupro tem uma causalidade (cadeia causal), identificada em várias atitudes, ações e valores culturais; 3. O estupro como prática cultural indígena, mas apenas "técnico" porque não participa da "nossa" cultura (fora do escopo desta reflexão). Por causa do primeiro, alguns homens começaram a pedir desculpas por serem homens. Por causa do segundo, agora se pode falar em estuprador em potencial ou pequeno estuprador (por causa de atos intermediários) e em estuprador pleno (ato final). Mas já temos um

Alguns breves comentários sobre criança na antiguidade da Grécia

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Provocado por um amigo, que perguntou sobre a infância no grego antigo, resolvi deixar alguns breves comentários de algumas pequenas leituras. No grego, a palavra utilizada para "criança" é "pais" (παῖς, παιδ-), mas é interessante também perceber como sua raiz está ligada não apenas gramaticalmente a outras palavras: paidia , paicso e paideia . Nos tratados éticos de Aristóteles (Ética a Eudemo e Ética a Nicomaco), uma criança se distingue de um adulto por não possuir ainda "prévia escolha", apesar de poder voluntariamente tanto desejar como opinar, mas não de modo deliberativo (BINI, 2015, p. 99), e da mesma maneira voluntária, quanto a agir por apetite ou impulso (ZINGANO, 2008, p. 63). A palavra paidia pode significar um "jogo infantil", mas não um jogo qualquer ou algo "infantilizado", porém um instrumento pedagógico. Um exemplo disso, é o que está presente em um diálogo entre um capitão e um rapsodo: "e Dice

Breves apontamentos sobre a definição de Aristóteles do princípio mais seguro para não se contradizer (Metaf., Γ, 1005 b 19-22)

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Em Metafísica, livro gama, página 1005, coluna b, linhas 19-22, Aristóteles coloca a seguinte definição: "τὸ γὰρ αὐτὸ ἅμα ὑπάρχειν τε καὶ μὴ ὑπάρχειν ἀδύνατον τῷ αὐτῷ καὶ κατὰ τὸ αὐτό". E acrescenta: "(καὶ ὅσα ἄλλα προσδιορισαίμεθ᾽ ἄν, ἔστω προσδιωρισμένα πρὸς τὰς λογικὰς δυσχερείας)". A primeira frase literalmente seria assim: "pois o mesmo ambos pertencer e não pertencer impossível ao mesmo e sob o mesmo". Essa passagem é muito conhecida como a definição do "princípio da não contradição", porém o seu significado parece não ser o mesmo ou não ter a mesma precisão em todos. Reale (2014, p. 143, 145), por exemplo, a traduz como: "É impossível que a mesma coisa, ao mesmo tempo, pertença e não pertença a uma mesma coisa, segundo o mesmo aspecto (e acrescentem-se também todas as outras determinações que se possam acrescentar para evitar dificuldades de índole dialética)". Já Tugendhat e Wolf (2005, p. 45) a traduzem como: "É i