Recuperando a esperança durante o luto - III
A dor física é uma resposta do corpo para algo errado nele, como se faltasse algo no seu funcionamento normal. Assim é a dor emocional quando perdemos alguém que amamos: sentimos sua falta na relação afetiva que existia.
As pessoas que apresentam a dor do membro fantasma sabem que não possuem mais esse membro e mesmo assim sentem dores horríveis.
Por isso, é preciso sensibilidade ou humanidade para os que estão de luto, quando querem diminuir suas dores com explicações das coisas, da vida, de Deus ou de um mundo espiritual, porque a causa da dor não é falta de (re)conhecimento, mas daquele membro afetivo.
Por outro lado, é preciso sabedoria para (auxiliar a) recomeçar a vida, com novos relacionamentos afetivos, sem a pretensão de substituir nenhum outro, de modo a restabelecer a força e normalidade do funcionamento emocional ou humano da pessoa.
Como diz José Carlos Bermejo: "Na realidade, não se deve esquecer a pessoa amada, nem a manter no mesmo lugar vital. O objetivo não é esse, mas sim reestruturar o tipo de vínculo e a forma de relacionar-se com ela, tomando consciência realista daquilo a que se deve realmente renunciar (a presença física e todas as suas implicações) e ao que não (o significado no coração e na própria história)".
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