Pecado Imperdoável?

Uma pausa nas reflexões em Mateus para um tema polêmico: pecado imperdoável.

Pecados e blasfêmia contra o Filho do Homem serão perdoados, mas a blasfêmia contra o Espírito, não (12.31-32).

Primeiro, percebe-se que o público-alvo não era crentes salvos (12.24), mas hipócritas fariseus e escribas (12.34, 36), e esses judeus ainda estavam e apenas conheciam o “regime” da Lei: salvação pelo cumprimento das leis cerimoniais.

Segundo, baseado no texto seguinte, a motivação de Jesus poderia ser já alertar a respeito da mudança que vai ocorrer com a forma como o perdão de Deus é obtido, de modo a coagi-los a terem mais cuidado nas palavras de juízo que proferirem, porque se não forem verdadeiras (e usa o exemplo da árvore e de seus frutos) darão conta de todas elas no “Dia do Juízo” (12.36, 37).

Terceiro, o sinal do profeta Jonas indica um contexto de arrependimento de pecados com “pregação de Jonas” (12.41) semelhante ao arrependimento na pregação do evangelho.

E quarto, os que não se arrependerem os demônios que foram expulsos voltariam e o último estado desses homens seria pior do que o primeiro porque traiam mais demônios (12.43-45) como foi dito antes (13.12).

Desse modo, Jesus não estaria então tipificando um pecado específico como se tivesse um tratamento diferente dos outros, apesar do texto isoladamente parecer ter esse sentido (12.31-32), mas alertando da mudança da obtenção de perdão, pois pecados cometidos (e todos sempre são contra Deus) contra o Filho do Homem (época na presença Jesus no “regime” da Lei) ainda haveria perdão no sentido de poderem ser perdoados por um meio, um modo alcançável ao homem (que eles já conheciam e estavam habituados pela propiciação de animais conforme as leis cerimoniais), no entanto contra o Espírito (na presença de Deus no “regime” da Graça) não há mais perdão no sentido de não haver nada “nem neste mundo nem no porvir” palpável aos homens para obter perdão (salvação) de seus pecados.

Fiz uma reflexão em cima desse entendimento.

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