O problema é a comparação

Amanhã estou completando mais um aninho. :)

Mas são 31 anos de idade. E confesso que normalmente sinto frustração e logo em seguida raiva de mim mesmo por me sentir assim... Talvez o principal motivo das frustações seja profissional. 

Tomei decisões que me custaram anos de crescimento profissional e financeiro. Deixei o estresse tomar conta de mim em nome da ética e da excelência e ganhei inimigos. Fiz uma especialização para complementar o lado técnico da computação com o lado gerencial da administração mas sinto que não fui aproveitado ou valorizado nesse sentido. Idéias fantásticas de negócios com baixo risco, bem amadurecidas e estudadas, porém ainda dependendo de um momento financeiro mínimo e estável que parece não chegar. A concorrência no mercado mais e mais agressiva e as atualizações parecem um correr sempre atrás. Adoro ensinar, muitos olham para mim como uma referência, na pós fui muito elogiado, no entanto...

Gostaria de poder trocar o carro ou consertá-lo com mais facilidade. Ter um apartamento perto da praia ou perto de um lugar para caminhar e passear. Um PS3. Uma internet melhor. Um projeto social sem sacrificar o tempo com outras coisas. Integrado na igreja, assumindo uma responsabilidade a longo prazo sem se preocupar em deixar de lado por investir em novas possibilidades de trabalho. Ser reconhecido como um profissional competente. Aos 31 anos ter construído e conquistado muitas coisas!

Enfim, poderia estar numa situação bem melhor...

E hoje estava comemorando meu aniversário só com alguns familiares. Algo simples. Apenas um encontro e um bolo. Eu, meus pais, irmãos, meu filho, minha esposa, cunhados, sogros, parentes, agregados e eles organizaram tudo. E estávamos apenas conversando sobre qualquer coisa. E estava muito feliz.

E percebi que o problema é a comparação. Lembro de uma reflexão de Rubem Alves exatamente sobre isso: A Solidão Amiga. Nos sentimos só ou infelizes quando nos comparamos com o padrão de felicidade dos outros.

Não consegui muito do que sonhei profissionalmente para mim e para minha família, contudo me sinto agraciado pelo cuidado que Deus teve em nossas vidas porque todo esse tempo tive o amor da minha esposa, do meu filho, da minha família e de meus amigos em todos esses momentos. E creio que foi a graça de Deus agindo em tudo isso. E mesmo em todos esses momentos Ele me deu o dom para amar minha esposa, meu filho, minha família, amigos e desconhecidos.

Na perspectiva cristã, independente das conquistas que nos trazem felicidade, o nosso maior objetivo na vida é amar e ser amado. Aqui não há comparação. É amar e ser amado.

O trecho bíblico que mais marcou minha vida até hoje:

“Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8:38-39)