O prazer da descoberta com temor

Na leitura inicial do livro "A pedra com alma - a fascinante história do magnetismo", de Alberto Passos Guimarães, passei a reviver brevemente um prazer que sempre me acompanha em minha vida, principalmente os pequenos detalhes, dos registros históricos, das percepções daqueles que viveram muito antes de mim.

Existe um prazer (paradoxal ou até contraditório a muitos) de querer descobrir cada vez mais como funciona o mundo (físico), o universo, a cognição ou o cosmos, criado por Deus, até aonde é possível chegar, enquanto viver, sem haver qualquer conflito entre essa fé e razão.

Cada mecanismo ou engenharia envolvida, na troca de informações, ou por trás desses fenômenos (naturais), só faz aumentar mais ainda o temor e a alegria por tão grande maravilha dessa Criação do Logos infinito, mas pessoal.

A Teologia (tradicional) pode "sofrer" uma mudança em sua antropologia cultural (naquilo que conceituam de alma, espírito humano) quando descobrirem a "alma" (engenharia cognitiva) da alma humana. Porém, a exemplo do Cristianismo, esse nunca precisou de alma (imortal ou existente) em seu fundamento. A esperança dele sempre foi a Ressurreição (uma espécie de metamorfose de todas as coisas).

Mas a descoberta da "alma" da pedra-ímã da Grécia Antiga, em tempos posteriores, não removeu a fé dos cientistas, mas só aumentou, a exemplo de colunas da Ciência, de Copérnico e Galileu a Galvani e Pasteur, que nunca tiveram essa crise, tão propagada por alguns.

Talvez apenas cheguemos na fronteira quântica da cognição, de saber que há um comportamento eletromagnético, em cada molécula ou célula, sem poder acompanhar a causalidade de seus elementos, em todas as suas interações, com o meio externo e interno, no tempo.

Mas mesmo chegando mais longe, o aparente abalo na fé, como muitos querem, só trará maior temor por tão grande amor, em tão pequenos detalhes, nos quais estamos inseridos, sem complexo de mediocridade ou inferioridade, mas humildade com amor (temor).

Então os que buscam a Verdade para envergonhar os outros, podem ter alguns momentos de segurança, sob alicerces soberbos, porém os outros, inevitavelmente encontrarão uma "alma" mais leve, quando essa Verdade se torná cada vez mais conhecida.

A todos os amadores do conhecimento.