O vício da amargura


Muitas coisas nessa vida são viciantes, "escraviza" e você não consegue mais direcionar sua vida para outra coisa. Você se alimenta daquilo e dificilmente pensa outra coisa.

Por mais paradoxo que seja, assim acontece com o amor e com o ódio; com a amargura e com a ternura.

Vivi uma época de muito amor e alegria em algumas igrejas; cresci como nunca, e sou grato a Deus por isso. Também passei por decepções profundas, e foi tanta amargura que simples palavras como "crente", "igreja" me causavam mal estar.

Realmente esse estado de amargura é uma coisa tão escravizante quanto a dor do luto. Conheço um pouco das duas em teoria e prática. 

Não adianta qualquer intelectualiade para sair dela, porque o sofrimento vem da perda e não da falta de explicação (por mais que peça). C S Lewis expresa muito bem isso em sua "Anatomia de uma dor".

A amargura é a perda da esperança, de que nem todos são iguais, e em todas as fases de suas vidas. Às vezes, aquela pessoa que te frustrou, seja outra. Aquele lugar, seja outro. Ou talvez você encontre outro grupo, com os mesmos rótulos, e sejam totalmente diferentes.

Mas nada é garantido, pois, caso contrário, não seria esperança. 

Porém o vício da amargura tira a beleza da redescoberta do amor, da fé, do equilíbrio, da humildade e da humanidade.

Passei por tamanha tristeza, mas achei que não iria sair dela, já me sentindo outra pessoa, contudo acabei não só lavando o prato que cuspia, como também passei a servir pratos de comida aos que não podiam pagar.

Bom dia.

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