Caímos no egoísmo dos políticos corruptos

Nesses dias tive uma confirmação mais de perto de que as pessoas agem normalmente com egoísmo. E novamente só que em outro contexto (ver Carta de um síndico no Natal)!

Para esses, amar é difícil. É perder! É tirar (um pouco) da atenção do dia-a-dia, parar no meio da correria do trabalho, sacrificar (um pouco) do que está construindo, investindo, fazendo... Por isso, “só sabemos amar, quando muito, nossos próximos” (Comte-Sponville, 1995, p. 83). Uma razão talvez: dos mais próximos logo vemos os resultados (os benefícios) de nossas ações.

Uma alegação é falta de tempo. De fato, mas "perder" tempo é ganhar para o outro. É sacrifício! Uns possuem mais porque outros possuem menos. 

“Não me é lícito fazer o que quiser do que é meu?” (Mateus 20:15)

Temos um dever humano de ajudar quem não tem, porque até mesmo o menor conhecimento que temos nos foi dado por Deus. Ou você acha que um acidente que o faz perder a capacidade mental foi um ato desconhecido e não previsto por Ele? Por isso alguns interpretam erradamente como castigo, mas o que aconteceu na vida de Jó mostra que as diferenças ocorrem ou existem pela soberania dEle.

A corrupção na política ocorre porque o administrador pensa que é dono da coisa pública. E nós pensamos que somos dono da coisa criada. Por isso a queda é grande e tida grosseramente como castigo por quem não soube usar ou aproveitar adequadamente. 

A grande diferença entre o gestor público e o ser humano é o conhecimento da razão de ter a coisa administrada: o primeiro conhece de antemão por eleição e o segundo poderá conhecer quando for avaliada sua administração.
 
Alguns não possuem condições para perder tempo para o outro! E um exemplo próximo na minha família é o meu sobrinho Mikael. Recentemente divulguei por e-mail uma campanha na empresa onde trabalho (formada de umas 70 pessoas). A idéia era doar R$ 5,00 por um cupom que valia 2 bolas de sorvete. Já havia adiantado para minha esposa que venderia tudo rapidinho porque o pessoal tinha um bom poder aquisitivo e me conheciam. Resultado: apenas duas pessoas doaram. E a segunda semana após divulgação está terminando. Já minha cunhada divulgou rapidamente entre seus alunos de primeiro grau e os mesmos fizeram uma campanha internamente na escola com venda de docinhos e arrecadaram muito dinheiro. Ela nem tinha dada a idéia. 


Os grandes foram envergonhados pelos pequenos, mas não foi um castigo, apesar do tom para quem agora interpreta, porém tornou o ato egoísta mais ainda visível e oportuno (para quem deseja mudar).  
 
Não julgo individualmente os que não doaram. O contexto aqui é o todo e principalmente a mim. É (eu) preciso mudar, perder.

COMTE-SPONVILLE, André. Pequeno tratado das grandes virtudes. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

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