Dinheiro: oportunidade e armadilha

Ricardo Semler, conhecido como guru em negócios e administração, aborda os seguintes pontos em um livro seu [1]: 
  • O sentido da empresa é irrelevante sozinha na sociedade (pg. 167). Isto é, pode ser substituída por outra se vier a falir, por isso não deve o empresário confiar tanto assim na riqueza proporcionada por ela;
  • Dinheiro é o combustível e não a finalidade das organizações ou dos executivos (pg. 172). Logo, a responsabilidade social anônima mostra a real motivação altruísta da organização (pg. 168).
Esses pontos na verdade mostram duas realidades: os que amam o dinheiro e são iludidos por ela; os que usam o dinheiro e são frutíferos com ela. Ora, "o dinheiro pode abrir uma série de oportunidades para o pecado... Também pode ser uma fonte de bênçãos para a Igreja, o mundo e para o homem rico." [2]

E ser rico é pecado? 
 
"Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida." (1 Timóteo 6:17-19).

Com base no texto bíblico é possível concluir que "a riqueza, em si mesma, é neutra. O dinheiro e o acúmulo de posses não são coisas ruins ou demoníacas. Na verdade, as riquezas são um grande teste. Tanto podem ser um passaporte para o inferno...como uma ótima oportunidade de crescimento espiritual e santificação." [2]. Além disso, "havia pessoas ricas na Igreja. Se elas não existissem, Paulo não teria porque orientar a Timóteo sobre como cuidar deles e dos senhores." [2].

Esse texto fornece o contexto para uma melhor interpretação do seguinte trecho que normalmente é distorcido pelos neófitos a respeito do amor ao dinheiro:

"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.  Mas os que querem ser ricos caem em tentaçäo, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdiçäo e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." (1 Timóteo 6:6-10)

Essa exortação chama a atenção para o perigo em volta do dinheiro. E o ensinamento pode ser aplicado também para os que se gloriam de seu doutorado, de sua beleza, de seu cargo, de sua sorte e depositam a vida nela.

Pratique a piedade (é uma disciplina!), saber se contentar com o que é dado por Deus, independente de sua condição material e de seus projetos profissionais...




[1] “Você Está Louco! Uma vida administrada de outra forma”, especificamente no capítulo "Questão de fé (e muito dinheiro)".

[2] Endereço eletrônico: http://5calvinistas.blogspot.com/2010/10/riqueza-nao-e-pecado.html

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