Em busca da essência...


Eu sei como é, em certo sentido, quando sou incluído e excluído do todo, dito por aí.
Ser ateu, quando todos são imorais.
Ser evangélico, quando todos são hipócritas. 
Ser religioso, quando todos são irracionais.
Ser gay, quando todos são pecaminosos.
Ser calvinista, quando todos são fatalistas.
Ser inteligentista, quando todos são criacionistas.
Ser cristão, quando todos são daquele grupo.
Ser, quando todos não são.
De fato, não faz sentido, é uma contradição.
Ainda assim mostra algo, apesar de não dizer nada.
Porque o caminho não está nessas palavras, ou mesmo, em palavras.
O caminho da empatia não se atravessa olhando para ela.
O justo não é quem fala sobre justiça.
Tenta falar de empatia, a quem espera palavras, lançadas estão as pérolas aos porcos.
A pérola de seu melhor esforço pedagógico ainda é menor diante do aprendizado prático.
Só se passa por ele, passando.
Sua essência não se capta em palavras, mas a reduz.
Graça talvez seja a melhor palavra, ainda assim...
A empatia, no entanto, não é se perder como um ser.
É encontrar sua distinção, em meio aos inseparáveis.
Não ser ateu, para entender liberdade.
Não ser evangélico, para entender moralidade.
Não ser religioso, para entender racionalidade.
Não ser gay, para entender integridade.
Não ser calvinista, para entender completude.
Não ser inteligentista, para entender finalidade.
Não ser cristão, para entender humanidade.
Enfim, o que quero dizer é mais importante do que essas palavras.
A essência não é buscada aqui, mas espero que a encontre, em seus vizinhos, por exemplo.

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Hoje pela manhã, recebi uma mensagem bem cedo, de minha vizinha, oferecendo um café, cortesia de Dona Nevinha, pelas mãos de Dona Maria. Elas sabem que gosto de café, para acelerar meu pensamento, porém tudo isso fica ainda melhor com Graça. E hoje parecemos uma grande família, não como aquele que todos falam, contudo cuidamos uns dos outros. E não foi nada assim, lá atrás, quando começamos a morar um ao lado do outro, no mesmo prédio.

Ainda somos diferentes em valores, crenças e vivência, porém a empatia nos faz olhar o outro com seriedade, construindo pontes numa unidade, antes não percebida, pela falta de convivência. E não é uma ponte de uma única direção.

É um namoro interminável. E outros começam: Tom, Raphael...

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Aproveitando, lanço um desafio (já que tão comum nas redes sociais cristãs): faça de seus vizinhos projetos de inclusão em sua família maior, isto é, faça-se um projeto nas mãos de Deus e não faça dos outros seus projetos pessoais de evangelismo. Graça!

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