Os três entendimentos do perdão de Deus


Basicamente há três tipos de entendimento quanto ao perdão de Deus. Você provavelmente possui um desses, mesmo não tendo nenhuma religiosidade.

Muitas pessoas quando escutam que Deus perdoa, geralmente entendem assim: o cara fez um bocado de besteira, aí diz que tá arrependido e é perdoado e tudo é esquecido. Esse é o primeiro tipo de entendimento. É o mais popular, porém o mais injusto.

Por exemplo, o personagem de Deus no seriado animado "Os Simpsons", sempre perdoa todo mundo, independente dos pecados. Ele simplesmente "deixa para lá" por amor.

Esse "perdão" é um tipo de sentimentalismo que desconsidera qualquer noção de justiça, mantendo de um lado a impunidade, enquanto do outro mostra amor, apenas sentimental. E a injustiças cometidas ficam sem qualquer retribuição ou julgamento.

Talvez você pense assim...

Há outro, contudo, "tipo de perdão", mais religioso, porém vazio de misericórdia.

Em algumas crenças, que para tentar resolver esse problema da impunidade, colocam da seguinte forma: na verdade, por misericórdia, Deus faz alguém passar pelos mesmos males que praticou no passado (assim deixa de haver injustiça), permitindo que possa se arrepender, pelo aprendizado em seu sofrimento.

Essa "misericórdia com justiça" é na verdade um tipo de justificação (justiça) alcançada pelos méritos da própria pessoa, pois retribuir conforme o que se faz ou merece é justiça. Logo se Deus deixa de retribuir não é falta de amor ou misericórdia, mas falta de justiça (impunidade). Esse tipo é também confundido com disciplina (observação no final)! 

Talvez você pense assim...

Contudo misericórdia não é justiça nem injustiça, é livre e independente das obras de quem foi perdoado. “E, se é pela graça, já não pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Romanos 11:6).

Assim, o perdão em Cristo não é um mero sentimentalismo nem um tipo de justiça nomeado de misericórdia, mas um amor santo.

Nesse amor santo, Jesus pagou com sua vida o que cada pecador perdoado merecia receber, pela sua obra se tornou o “nosso resgate” (Mateus 20.28), quem “carregou nossos pecados” (2 Coríntios 5.21; Hebreus 7.26,27; 1 Pedro 2.24), nosso Redentor, que “nos comprou com seu próprio sangue” (Atos 20.28), o “Cordeiro do sacrifício” (João 1.29,36; Atos 8.32; 1 Pedro 1.19). 

Assim é misericórdia, de fato, pois ninguém sofre pelo que merece, por meio da imputação da justiça em Cristo. Aonde está, então, a impunidade, o sofrimento, a justiça e a misericórdia nesse amor santo?

Observação: disciplina é uma ação de amor, a quem já está completamente perdoado, no contexto do amor santo (caso contrário, haveria uma parcela de impunidade), que é semelhante a uma ação de justiça, por aplicar parcialmente o que a pessoa merece, para fins de aprendizado e não retribuição!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leituras: Psicologia Cognitiva - Robert J. Sternberg

Ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ Λόγος, καὶ ὁ Λόγος ἦν πρὸς τὸν Θεόν, καὶ Θεὸς ἦν ὁ Λόγος. (Como Deus e não Deus?)

Tradução e comentários de Lucas 20:34-38 - os filhos deste e daquele mundo