Mais um chaveiro: Aquiles e Edith
Tenho agora mais um chaveiro e o amor mais uma vez me surpreendeu. De fato, não há um padrão, uma condição, um tempo, uma experiência, uma relação, uma lei ao nosso entendimento para o amor. Basta apenas existirmos. Certo dia, antes do meu casamento, meu pai havia me dado um chaveiro para fazer propaganda de seu escritório. Preferia algo mais discreto e menor. De qualquer forma, juntei com outras coisas realmente importantes: as chaves da minha casa, do meu trabalho e da casa dos meus pais. Então, o chaveiro ficou ali, fazendo mais peso e sem valor algum. Contudo, tenho um amor indescritível pelo meu pai. Talvez, descrevendo o prazer que tenho da presença dele, possa ter uma idéia. Sinto uma “doce agonia”, uma “paz anestesiante” quando o vejo fazendo coisas naturais do dia-a-dia: jogando futebol, falando sobre Direito, das aulas da faculdade... Eu sempre o beijo e o abraço como se acabara de reencontrar a amada perdida de longos anos. Se eu pudesse, “namoraria” meu pai a todo instante...