Scrum e a Agilidade

O termo Scrum surgiu de Takeuchi e Nonaka (1986, apud SUTHERLAND & SCHWABER, 2009) ao concluírem que os projetos com equipes pequenas, não hierárquicas historicamente produziam os melhores resultados, resultando no que chamaram de equipes de alto desempenho, semelhante à formação Scrum do Rúgbi. 

Jeff Sutherland então desenvolveu o processo Scrum na Easel Corporation com base nos estudos dessas equipes e adotou a mesmo nome e analogia para o processo como um todo, enquanto Ken Schwaber havia formalizado o processo para a indústria mundial de software (SUTHERLAND & SCHWABER, 2009).

Adaptado de Sutherland e Schwaber (2009)

Basicamente no Scrum temos um conjunto de papéis, incluindo o Scrum Master, um tipo de líder contingencial, o Product Owner (PO), um representante dos stakeholders, e a equipe de desenvolvedores.

Da lista de solicitações dos clientes internos e externos, conhecido como Product Backlog, é feita uma seleção de uma parte pequena, envolvendo uma negociação entre a equipe e o PO do que será entregue num período pequeno, entre 15 e 30 dias, chamado de Sprint. A equipe então nesse período cria um pedaço ou parte usável (pronto para uso) do produto. Na abordagem tradicional o cliente só receberia o produto quando todas as partes estivessem prontas.

Existem também as chamadas cerimônias que são reuniões de planejamento (Sprint Planning), acompanhamento (Daily Standup), revisão (Sprint Review) e reflexão (Sprint Retrospective) do trabalho da equipe.


O sentido de agilidade do Scrum está embasado no documento conhecido como Manifesto Ágil com valores e princípios próprios (MANIFESTO, 2001).

Processos ágeis surgiram influenciados pelas melhores práticas das indústrias japonesas, particularmente pelos princípios lean  em companhias como Toyota, Honda, e estratégias de gestão do conhecimento desenvolvidas por Takeuchi e Nonaka, e Peter Senge (SUTHERLAND & SCHWABER, 2009). 

O primeiro Scrum foi criado na Easel Corporation em 1993, baseado numa extensiva pesquisa de projetos de sucesso no mundo, uma profunda análise da literatura de ciências da computação, colaborações com especialistas em produtividade, e décadas de experiência com avançadas tecnologias de software (SUTHERLAND & SCHWABER, 2009).

Segundo Sutherland (2009), Scrum foi desenhado para adicionar energia, foco, visibilidade e transparência para o planejamento e execução dos projetos com os seguintes benefícios esperados: aumentar a velocidade do desenvolvimento; alinhar os objetivos individuais e organizacionais; criar uma cultura dirigida ao desempenho; apoiar criação de valor agregado; alcançar uma comunicação estável e consistente em todos os níveis; permitir o desenvolvimento individual e a qualidade de vida.

Para Sutherland e Schwaber (2009) Scrum é usado para organizar as equipes e tornar o trabalho mais produtivo e com maior qualidade, permitindo às equipes escolher a quantidade de trabalho a ser feita e decidir como melhor fazê-lo, providenciando um ambiente de trabalho mais produtivo e mais agradável.

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MANIFESTO for Agile Software Development. Agile Manifesto Org. 20 jul. 2001.  Disponível em: .  Acesso em: 28 set. 2009.

SUTHERLAND, Jeff; SCHWABER Ken. The Scrum Papers: Nuts, Bolts, and Origins of an Agile Process. Boston: 2007.

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