Uma estória de Atos 14

Uma borboleta estava para nascer. O casulo é uma barreira difícil. A borboleta demora em sair. O casulo está forte. Uma moça chega para ajudar. Abre um pouco o casulo. A borboleta então começa a sair. A moça vai embora satisfeita.

Ajudar as borboletas era algo corriqueiro na vida de Listra. Ela é uma pessoa dedicada em ajudar a todos. Muito religiosa. Aprendeu desde cedo a prestar obediência a Júpiter, antigamente Zeus. Mudança doutrinária nunca a abateu. Nunca fez mal a ninguém, sempre procurou ser caridosa. Sempre ajudou o sacerdote da cidade em todos os serviços do templo. É o que importa. Eis o credo de Listra.

Chegando em casa contou aos pais mais um ensinamento do sacerdote: reforçar a oração através de Mercúrio, antigamente Hermes. Era logicamente coerente. Se Mercúrio está próximo de Júpiter, então podemos pedir a Mercúrio para reforçar nosso pedido. Listra era uma menina dedicada na religião. Ela estava segura da sua fé. Não é milenar? Seus antepassados já não são assim por tanto tempo? Eles com certeza não estariam vivendo uma fé por tanto tempo em vão. Não seria injusto se fosse vã essa fé? Eis o fundamento do credo de Listra.

Era noite e dois peregrinos estavam passando pela cidade. E estava havendo uma grande confusão. Muita inquietação. Todos estavam discutindo nas ruas. Alguns mais exaltados e outros tristes. Tudo por causa das palavras desses peregrinos. Listra então encontrou um amigo e este contou uma coisa que deixou Listra sem ação. Não sabia o que pensar. Júpiter não é o que pensavem ser e não precisavam de Mercúrio para reforçar coisa alguma. Um ser que precisa de reforço é limitado e não pode ser Deus. Deus é onisciente. Era um pensamento que estava causando a maior discussão na cidade, mas para os peregrinos eram boas novas.

Listra correu para o templo a procura do sacerdote. O sacerdote não mais estava a serviço de Júpiter. Ele se converteu aos do Caminho. Listra não estava acreditando no que estava acontecendo na cidade. Não podia ser verdade. Tanto zelo, tanta história, tanta dedicação. Foi para casa. Procurou dormir. Podia ser tudo um pesadelo. No outro dia tudo voltaria ao normal.

Listra acordou com um grande barulho na frente de sua casa. Estavam apedrejando um homem. Ele estava quase morto e então Listra viu o sacerdote do templo levando aquele homem para fora da cidade. Sua fé então já estava ficando renovada ao ver o sacerdote. Seu mentor espiritual não foi embora. E então perguntou aos pais quando seria a próxima aula. Os pais tristes disseram com dificuldade a notícia: o sacerdote deixou a nossa fé e agora pertence aos do Caminho.

Listra corre para o campo fora da cidade chorando. Não querendo acreditar no que estava acontecendo. Passado algum tempo com tantos questionamentos ela viu mais um casulo com uma borboleta tentando sair. É o que importa. Eis o consolo na crise de Listra. Ela abre um pouco o casulo. E ao se levantar para ir embora um homem aparece e pede a Listra para continuar onde está e esperar a borboleta sair voando. Ao final do dia a borboleta começa a sair e a bater as asas, mas não voa muito e cai no chão. Um lagarto passa por perto e come a borboleta.

O homem então diz ser o companheiro daquele que foi apedrejado. Listra questiona a razão da presença daqueles homens, causando tanto problema na cidade. O homem então responde: "Deus não depende da normalidade dos homens. Caso contrário Ele não seria misericordioso com vocês e as nossas palavras não seriam boas novas". O homem fez então uma analogia entre a morte da borboleta e a morte da morte de Cristo. Listra então procurou o ex-sacerdote disposta a aproveitar a oportunidade de misericórdia, independente do fato de Deus ter permitido eles viverem na ignorância por um tempo.

A borboleta precisava se esforçar ao sair do casulo para fortalecer as asas, mas na intenção de ajudar a tornou fraca e vulnerável para qualquer predador. 

Na intenção de buscar ser justo o homem acaba por anular a justiça de Cristo e ofender a maior obra de amor de Deus. Listra continuou ajudando a todos, mas seus motivos já não eram os mesmos.

Comentários

Aislan Fernandes disse…
Texto revisado e corrigido.

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