Condomínio de ninguém

Nestes três últimos meses, os primeiros de minha gestão, tenho visto uma minúscula fração do mundo hoje: uma “terra de ninguém”, onde na luta por seus interesses só os mais fortes vencem. “Ao vencedor, as batatas”.
É louvável lutar por seus direitos, por aquilo que acredita ser seu. O louvor termina quando as armas ou os meios provêm das misérias humanas. E são várias as opções: dissimulação, mentira, indiferença, agressão, calúnia, grosseria, desonestidade, preguiça e injustiça.
E os fracos? Naturalmente se não tomarem cuidado serão pisados pelos mais fortes, principalmente quando procurarem auxiliar os outros, conciliar ou intermediar conflitos, cumprir seu dever como cidadão ou autoridade constituída. Pois é aqui onde mais atuam os fortes. Punindo os outros para não aceitar as conseqüências dos próprios problemas, erros ou adversidades. Os fracos renunciam aos seus interesses quando percebem que não é mais lícito, justo ou prudente vencer. E aí, perdem as batatas: tesouros efêmeros, terrenos e corruptíveis. Contudo a fé, a moralidade e o caráter continuam como parte da essência de seus seres. E a essência transcende a própria vida.
A cada dia acordamos com uma oportunidade para deixarmos de vencer. Fiz uma escolha de perder pelo Condomínio e só Deus sabe como é difícil, mas não escolhi para ganhar batatas.
(Um desabafo que coloquei no quadro de avisos do meu prédio!)

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