Pedras para humildade - II
A primeira pedra
“É mais fácil desintegrar um átomo do que um pré-conceito” (Albert Einstein)
Vivemos numa sociedade que prega o esvaziamento de pré-conceitos quanto às diferenças de raça, credo, cor, sexo e cultura do outro. A razão é simples. O pré-conceito nos faz tirar conclusões precipitadas ou erradas a respeito do outro. E isto pode gerar não só ao próximo, porém a nós mesmos péssimos resultados.
Bem, crendo que o leitor não é uma pessoa pré-conceituosa farei a seguinte pergunta: burocracia é ruim a uma empresa? Pense bem. Talvez quando olhamos a constante complicação nos serviços públicos com seus departamentos, filas, carimbos e amontoado de papéis impedindo soluções rápidas aos seus clientes, causando ineficiência à organização, naturalmente respondemos que burocracia é prejudicial sim. Contudo, o pai da teoria burocrática, o famoso sociólogo Max Weber, não ficaria nada satisfeito com essa conclusão. A razão é simples. Estamos confundindo a noção popular de burocracia, um defeito do sistema, com a noção real ou original. Se estudarmos sobre a teoria das organizações, podemos verificar o engano. Weber definiu burocracia como uma forma de organização humana com o fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. A palavra burocracia, portanto, passou a ser referência da má aplicação dela mesma. Vejamos um caso grosseiro. Se uma faca como um objeto feito para cortar coisas, for usada por pessoas maliciosas ou ignorantes para cortar as próprias pessoas quer dizer que devemos abolir as facas, pois são perigosas?
Uma das razões principais na formação dos nossos pré-conceitos é quando estamos tão acostumados com um erro ou uma limitada percepção da realidade que preferimos não nos desligar dela, como se fosse a única realidade. Certa vez num debate sobre organização, uma professora ficou irritada com um aluno porque este afirmou ser a burocracia boa e o debate terminou ali, pois a professora tinha lembranças doloridas de certas “burocracias”. Contudo, só quando leu com mais calma um artigo desmistificando a idéia ou prática falsa de burocracia é que passou a concordar com seus alunos e assim puderam prosseguir no tema. A intolerância muitas vezes existe por causa de pré-conceitos.
Requer humildade deixar a pedra dos pré-conceitos de lado, pois é aquilo do qual estamos certo e seguro até o momento. E isto nos desagrada um pouco. Queremos sempre está no controle da situação, das crenças e dos conceitos que carregamos.
O famoso mito da caverna de Platão (filósofo grego) também tem uma perspectiva de humildade. Ela conta a história imaginária de pessoas que viveram como prisioneiras em uma caverna desde a infância. Estão acorrentadas e imobilizadas. Seu campo de visão restringe-se a um muro que está imediatamente à sua frente. Por trás delas há uma área mais alta por onde passam outras pessoas, carregando objetos feitos de madeira, pedra e outros materiais. A luz de uma fogueira, atrás das pessoas e fora da caverna, lança as sombras das pessoas sob o muro que os prisioneiros conseguem ver. Eles ouvem a voz daquelas pessoas e concluem que as vozes vêm das sombras. De fato – e de fato os judeus se baseavam em suas próprias práticas –, a única percepção que eles têm da realidade vem das sombras. Platão, então, pergunta o que aconteceria se um dos prisioneiros fosse solto e autorizado a andar em direção ao fogo. Imobilizado por tantos anos, andar lhe seria doloroso. O brilho da fogueira ofuscaria seus olhos. Como olhar para objetos de verdade exige mais esforço do que olhar para sombras, ele estaria inclinado a retornar à sua posição de antes e limitaria seu olhar às sombras com que está acostumado.
Em nosso caminho mostraremos o que Deus, através da Bíblia numa perspectiva de humildade, tem a revelar ao homem. Entretanto o leitor pode parar aqui. Bíblia? Crente? Estes termos podem já soar de forma pejorativa. Não duvido! E isto se explica por causa dos erros, os maus exemplos, a incoerência de uma igreja, de um cristão ou mesmo de uma religião cometidos tanto no passado como no presente. Infelizmente isto é um fato e a ditadura não é a melhor solução. Não podemos privar alguém de se achar cristão mesmo que não seja. É natural, portanto termos pré-conceitos com tantos cristianismos aberrantes pelo mundo, mas não justifica.
Muitos querem respostas, mas quando as respostas vêm de determinadas pessoas não são aceitas e vivem como se não houvesse respostas, Deus, sentido... E o pré-conceito então reina. Por isso, mesmo se tivéssemos todas as respostas, não a aceitaríamos porque precisaríamos antes mudar nossa mentalidade sobre determinados conceitos pré-concebidos que carregamos. Lembra da reação precipitada daquela professora? Espero que o mesmo não ocorra aqui. Não esqueça também a bússola!
“É mais fácil desintegrar um átomo do que um pré-conceito” (Albert Einstein)
Vivemos numa sociedade que prega o esvaziamento de pré-conceitos quanto às diferenças de raça, credo, cor, sexo e cultura do outro. A razão é simples. O pré-conceito nos faz tirar conclusões precipitadas ou erradas a respeito do outro. E isto pode gerar não só ao próximo, porém a nós mesmos péssimos resultados.
Bem, crendo que o leitor não é uma pessoa pré-conceituosa farei a seguinte pergunta: burocracia é ruim a uma empresa? Pense bem. Talvez quando olhamos a constante complicação nos serviços públicos com seus departamentos, filas, carimbos e amontoado de papéis impedindo soluções rápidas aos seus clientes, causando ineficiência à organização, naturalmente respondemos que burocracia é prejudicial sim. Contudo, o pai da teoria burocrática, o famoso sociólogo Max Weber, não ficaria nada satisfeito com essa conclusão. A razão é simples. Estamos confundindo a noção popular de burocracia, um defeito do sistema, com a noção real ou original. Se estudarmos sobre a teoria das organizações, podemos verificar o engano. Weber definiu burocracia como uma forma de organização humana com o fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. A palavra burocracia, portanto, passou a ser referência da má aplicação dela mesma. Vejamos um caso grosseiro. Se uma faca como um objeto feito para cortar coisas, for usada por pessoas maliciosas ou ignorantes para cortar as próprias pessoas quer dizer que devemos abolir as facas, pois são perigosas?
Uma das razões principais na formação dos nossos pré-conceitos é quando estamos tão acostumados com um erro ou uma limitada percepção da realidade que preferimos não nos desligar dela, como se fosse a única realidade. Certa vez num debate sobre organização, uma professora ficou irritada com um aluno porque este afirmou ser a burocracia boa e o debate terminou ali, pois a professora tinha lembranças doloridas de certas “burocracias”. Contudo, só quando leu com mais calma um artigo desmistificando a idéia ou prática falsa de burocracia é que passou a concordar com seus alunos e assim puderam prosseguir no tema. A intolerância muitas vezes existe por causa de pré-conceitos.
Requer humildade deixar a pedra dos pré-conceitos de lado, pois é aquilo do qual estamos certo e seguro até o momento. E isto nos desagrada um pouco. Queremos sempre está no controle da situação, das crenças e dos conceitos que carregamos.
O famoso mito da caverna de Platão (filósofo grego) também tem uma perspectiva de humildade. Ela conta a história imaginária de pessoas que viveram como prisioneiras em uma caverna desde a infância. Estão acorrentadas e imobilizadas. Seu campo de visão restringe-se a um muro que está imediatamente à sua frente. Por trás delas há uma área mais alta por onde passam outras pessoas, carregando objetos feitos de madeira, pedra e outros materiais. A luz de uma fogueira, atrás das pessoas e fora da caverna, lança as sombras das pessoas sob o muro que os prisioneiros conseguem ver. Eles ouvem a voz daquelas pessoas e concluem que as vozes vêm das sombras. De fato – e de fato os judeus se baseavam em suas próprias práticas –, a única percepção que eles têm da realidade vem das sombras. Platão, então, pergunta o que aconteceria se um dos prisioneiros fosse solto e autorizado a andar em direção ao fogo. Imobilizado por tantos anos, andar lhe seria doloroso. O brilho da fogueira ofuscaria seus olhos. Como olhar para objetos de verdade exige mais esforço do que olhar para sombras, ele estaria inclinado a retornar à sua posição de antes e limitaria seu olhar às sombras com que está acostumado.
Em nosso caminho mostraremos o que Deus, através da Bíblia numa perspectiva de humildade, tem a revelar ao homem. Entretanto o leitor pode parar aqui. Bíblia? Crente? Estes termos podem já soar de forma pejorativa. Não duvido! E isto se explica por causa dos erros, os maus exemplos, a incoerência de uma igreja, de um cristão ou mesmo de uma religião cometidos tanto no passado como no presente. Infelizmente isto é um fato e a ditadura não é a melhor solução. Não podemos privar alguém de se achar cristão mesmo que não seja. É natural, portanto termos pré-conceitos com tantos cristianismos aberrantes pelo mundo, mas não justifica.
Muitos querem respostas, mas quando as respostas vêm de determinadas pessoas não são aceitas e vivem como se não houvesse respostas, Deus, sentido... E o pré-conceito então reina. Por isso, mesmo se tivéssemos todas as respostas, não a aceitaríamos porque precisaríamos antes mudar nossa mentalidade sobre determinados conceitos pré-concebidos que carregamos. Lembra da reação precipitada daquela professora? Espero que o mesmo não ocorra aqui. Não esqueça também a bússola!
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