Pedras para humildade - I


"Somos como crianças nas mãos de Deus".
A partir deste, trarei uma série de textos intitulados "Pedras para humildade". Eles formam na verdade meu último escrito: "Somos como crianças nas mãos de Deus".
Introdução
“Se quisermos ser mais sábios do que todos temos de estar dispostos a aprender de todos” (Richard Baxter)
O caminho para Deus pode ser trilhado numa perspectiva ou visão de humildade. É na humildade quando o homem descobre quem realmente não é diante de Deus. Portanto não há humildade sem a verdade. Jesus disse que “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mateus 5.3). Temos aqui a confirmação, ou melhor, o ponto de partida do que estamos falando.
Vamos andar por um caminho talvez difícil, duro, estreito ou assombroso, porém necessário, pois a humildade necessita da verdade e negligenciar a verdade é colocar em dúvida ou diminuir a veracidade da própria humildade. Encontraremos várias pedras em nossa caminhada que naturalmente pensaremos em desistir ao sentirmos indignação, dúvida, incredulidade, soberba, medo, fragilidade, impotência, surpresa, entre outros. As pedras poderão nos fazer sentir tais coisas. Cada pedra necessariamente não fala de apenas um assunto específico. E algumas pedras até retomam o conteúdo de outras. Mas ao fim, se chegarmos no fim, todas essas coisas serão vencidas com Deus.
Essas reações não foram diferentes com Jesus. Os que mais se sentiam insatisfeitos com as palavras de Jesus eram os fariseus e por causa disto procuraram matá-lo. Uma passagem pode nos ilustrar bem a causa da insatisfação dos fariseus: “Propôs também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um fariseu, e o outro publicano. O fariseu, de pé, assim orava consigo mesmo: ó Deus, graças te dou que não sou como os demais homens, roubadores, injustos, adúlteros, nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Mas o publicano, estando em pé de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ó Deus, sê propício a mim, o pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado; mas o que a si mesmo se humilhar será exaltado”. (Lucas 18.9-14, ênfase nossa). Essas palavras foram duras aos judeus. De fato os judeus eram o padrão máximo de moralidade e fraternidade conhecido entre os homens. E eles se sentiam seguros diante de Deus por causa disto. Jesus então colocou a confiança dos fariseus em se considerarem justos como inútil, e que por se exaltarem nessa confiança seriam conseqüentemente humilhados. Ora, imagine a humilhação se você estando seguro de uma coisa, fazendo melhor do que todo mundo, os fatos presentes comprovam a sua segurança, e então no fim das contas quando você se acha no controle da situação, alguém diz: “Você não foi justificado nisso”.
O erro dos judeus é o mesmo que podemos cometer hoje: nos deixar levar e se confiar apenas por aquilo que vemos ou achamos. E muitos de fato cometem. Temos uma orientação de Jesus para não cometermos esse erro: “Portanto, quem se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mateus 18.4, ênfase nossa). Na verdade, esta será a bússola da nossa caminhada: ser como uma criança. Não se esqueça disso quando começar a sentir uma ou mais daquelas reações que citamos. Não deveria ser uma bússola, pois o fato é que somos como crianças nas mãos de Deus. E os que não acreditam ou não entendem a dimensão desse fato terão que trilhar um caminho duro pela frente para encontrar a Deus, pois em termos de humildade é melhor a dureza da verdade do que a doçura da fábula.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leituras: Psicologia Cognitiva - Robert J. Sternberg

Ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ Λόγος, καὶ ὁ Λόγος ἦν πρὸς τὸν Θεόν, καὶ Θεὸς ἦν ὁ Λόγος. (Como Deus e não Deus?)

Tradução e comentários de Lucas 20:34-38 - os filhos deste e daquele mundo