Uma semana fora e dentro de casa
A falta dos meus pais. Depois de alguns anos de casado, pela primeira vez relembrei a minha cama. Não a cama do quarto compartilhada com o meu irmão. A cama do lar. O cuidado diário dos meus pais. A comida prep
arada, o quarto arrumado, as roupas passadas, a conversa tarde da noite, o chero antes de dormir e ao acordar, a companhia nos passeios, o cuidado. Voltei a passar um tempo com meus pais, mesmo longe deles.
A hospedagem purificou minha alma. Estava cheio das toxinas diárias do trabalho. Há muito tempo não tirava um descanso. O estresse gera toxinas na alma e no corpo. É preciso parar, um pouco. A mudança de trabalho recente prolongou a continuidade das atividades normalmente estressantes e as férias não vieram. E o esforço no novo trabalho era naturalmente maior. Edith e Aquilles foram além da figura paterna. Foram anjos numa missão de resgate. O resgate da minha alma nas coisas simples da vida. Acabei saborando as lindas imagens do Rio e o melhor dela: as pessoas.
Meu amor. Enquanto no frio de saudades pela minha esposa, meus pais interinos, meus avós adotados, supriam a dor da saudade com o calor de seus cuidados, com seu amor. Uma história de amor à primeira vista. Começada na terrinha de João Pessoa. Às vezes o amor começa não por um histórico passado, porém por um mistério de vidas traçadas a se amaram sem qualquer condição.
Na ansiedade em rever minha esposa tão amada não consigo deixar de sentir tão grande saudade em deixar almas tão lindas. Aqui no aeroporto do Rio não posso deixar de registrar este momento singular. Era para ter sido apenas uma simples viagem de trabalho e acabou se tornando uma página da minha vida.
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